domingo, 8 de julho de 2012

Devaneios sobre felicidade e afins.


A felicidade é efêmera.
Simples assim. Felicidade é o mais efêmero de todos os sentimentos humanos (se é que chega a ser um sentimento, e não só um estado de espírito...). Chega, sorrateira, tomando conta de toda a nossa alma deixando-nos eufóricos, quase inconscientes. Abraça-nos por trás, tampa nossos olhos e pede-nos que adivinhemos quem é ela. A misteriosa, a novata, a visitante! E não sabemos ao certo de onde vem essa nova onda de euforia. Nem nos importamos em saber: queremos mais é curti-la ao máximo, viver cada momento com ela, como uma amante. Faz-nos pensar que a teremos para sempre em nossos braços, deixando o mundo a nossa volta mais atraente, as pessoas mais interessantes, nossos passos mais leves.
E depois é arrancada de nós como um recém-nascido indefeso. E não faz questão de voltar tão cedo. Permanece lá, em uma prateleira qualquer, trancada a sete chaves, desmaiada ou adormecida. Quiçá até mesmo morta, enterrada, em estado de putrefação. A nós, resta aquela esperança de que, um dia, a felicidade decida deixar sua morada intocável e venha agraciar-nos e elevar nossos espíritos mais uma vez mais.
Mas não volta. Ou, quando volta, volta diferente. Tão diferente que mal a reconhecemos. E quando finalmente deixamos a melancolia de outrora para viver de novo a felicidade, já estamos atrasados e não há mais tempo: ela já está partindo. Seu trem já chegou. Chegamos a tempo de vê-la acenar para nós, com seu sorriso encantador e seu semblante resplandecendo calmaria, e adentrar o trem.
Foi-se.
Volta. Por favor, volta.

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